Sábado, 5 h da manhã, um frio de chorar e eu na beira da Dutra, esperando meu ônibus passar. É fim de semana do curso de formação e a aula começa as 8:00h, lá em São Paulo. Meu ônibus passa, e, não pára. Aí... que frio, que pena, já estou atrasado. Como o próximo ônibus só passaria as 5:30 h, achei melhor ir andando até o próximo ponto para me esquentar um pouco. Na verdade acabei passando mais frio, era melhor ter ficado quieto, mas foi bom ir até o outro ponto.
Ao chegar no ponto dou de cara com um sujeito suspeito, com um pano no rosto, chapéu e uma roupa estranha. Percebo então, que um pouco mais acima, havia um outro homem em atitude suspeita, só observando. Pensei comigo: "já vou chegar atrasado, estou morrendo de frio e ainda vou ser assaltado!". Fiquei ali, tentando disfarçar e pensando no que fazer. E nada do ônibus. De repente, o homem que estava mais longe se aproxima, e eu então tenho a certeza, chegou a hora do assalto acontecer.
Nesse exato momento me vêm uma luz, uma clareza sobre como posso eu saber qual a intenção dele? Como posso eu saber o que de fato vai acontecer? Assim que penso nisso abro o peito e respiro melhor, alongo a coluna e firmo as pernas num tadasana espontâneo. O homem, que percebo ser na verdade um adolescente, pega o ônibus para São José dos Campos. No minuto seguinte um carro com conhecidos pega o mascarado para ir para o trabalho. E eu fico no ponto sozinho, rindo de mim mesmo e, confesso, agora um tanto aliviado.
Na verdade o alívio e o riso vieram pela implosão do castelo que fiz. Um castelo feito de padrões de pensamento, de julgamentos pré-estabelecidos sobre isso ou aquilo. Geralmente o preconceito é considerado um fenômeno social, mas ele ganha vida e é realizado na mente de cada um de nós a todo momento. Meu pré-conceito foi ter certeza que seria assaltado pelos dois "suspeitos", eu criei a tragédia e a anunciei como verdade. Uma verdade que só existiu dentro dos meus padrões mentais, dentro dos meus pré-conceitos. Realmente fui assaltado, fui abordado e rendido pelos meus próprios pensamentos.
Pré-conceito é uma pré-experiência, uma prévia, algo ensaiado, algo que já nasce meio pronto, meio conhecido de antemão. Como diria Cazuza, ele é como um museu cheio de novidades. Pré-conceito é o que nos bloqueia para o realmente novo, o original, o nascente, o que não sabemos. Nossas experiências podem ser sempre novas, nossos pré-conceitos não, são previsíveis, são um padrão que bate na mesma tecla, sempre. Ir além desses padrões e abrir-se para a experiência inédita que sempre temos pela frente é praticar yoga, é ter a mente leve, disponível e arejada.
Ao chegar no ponto dou de cara com um sujeito suspeito, com um pano no rosto, chapéu e uma roupa estranha. Percebo então, que um pouco mais acima, havia um outro homem em atitude suspeita, só observando. Pensei comigo: "já vou chegar atrasado, estou morrendo de frio e ainda vou ser assaltado!". Fiquei ali, tentando disfarçar e pensando no que fazer. E nada do ônibus. De repente, o homem que estava mais longe se aproxima, e eu então tenho a certeza, chegou a hora do assalto acontecer.
Nesse exato momento me vêm uma luz, uma clareza sobre como posso eu saber qual a intenção dele? Como posso eu saber o que de fato vai acontecer? Assim que penso nisso abro o peito e respiro melhor, alongo a coluna e firmo as pernas num tadasana espontâneo. O homem, que percebo ser na verdade um adolescente, pega o ônibus para São José dos Campos. No minuto seguinte um carro com conhecidos pega o mascarado para ir para o trabalho. E eu fico no ponto sozinho, rindo de mim mesmo e, confesso, agora um tanto aliviado.
Na verdade o alívio e o riso vieram pela implosão do castelo que fiz. Um castelo feito de padrões de pensamento, de julgamentos pré-estabelecidos sobre isso ou aquilo. Geralmente o preconceito é considerado um fenômeno social, mas ele ganha vida e é realizado na mente de cada um de nós a todo momento. Meu pré-conceito foi ter certeza que seria assaltado pelos dois "suspeitos", eu criei a tragédia e a anunciei como verdade. Uma verdade que só existiu dentro dos meus padrões mentais, dentro dos meus pré-conceitos. Realmente fui assaltado, fui abordado e rendido pelos meus próprios pensamentos.
Pré-conceito é uma pré-experiência, uma prévia, algo ensaiado, algo que já nasce meio pronto, meio conhecido de antemão. Como diria Cazuza, ele é como um museu cheio de novidades. Pré-conceito é o que nos bloqueia para o realmente novo, o original, o nascente, o que não sabemos. Nossas experiências podem ser sempre novas, nossos pré-conceitos não, são previsíveis, são um padrão que bate na mesma tecla, sempre. Ir além desses padrões e abrir-se para a experiência inédita que sempre temos pela frente é praticar yoga, é ter a mente leve, disponível e arejada.
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