19 de jan. de 2012

Se deixando embalar


A música pode despertar muitas experiências internas, ainda mais se ela for a música tradicional indiana. Nesta raga o bansuri (flauta de bambu) sola suave, leve, sinuoso. Nas representações e imagens do Senhor Krishna, ele sempre aparece tocando um bansuri. Um instrumento simples, mas de som fascinante.

16 de jan. de 2012

Uma montanha na praia

Neste começo de ano passei alguns dias em Ubatuba. Uma das praias que fiquei foi Camburi, a última ao norte de Ubatuba, já quase em Trindade. Um paraíso de águas transparentes e tranqüilas. Ali há uma vila de pescadores originada de um quilombo, alguns quiosques, campings e muita beleza natural.
Como sempre faço, após o banho de mar fui me refrescar no rio e nas pedras. Enquanto estava ali, sentado numa grande pedra observando a paisagem da praia com a Serra do Mar ao fundo, um alarme de carro disparou. Péin-péin-péin-péin-péin. Também dava para ouvir vozes, risadas e música, mas aquele alarme era estranho demais para o lugar. E desse contraste, dessa situação inusitada do alarme disparando num paraíso, algo se revelou.
Enquanto o alarme dispara e alguém corre para desligá-lo, a montanha, forrada de mata atlântica intocada, permanece em silêncio. Enquanto banhistas brincam na água ou na areia, livres ou ruminando seus problemas, a montanha descansa tranquilamente ali. As nuvens no céu se formam e se desfazem rapidamente, mas a montanha permanece ali, onde sempre esteve. Ondas do mar vêm e vão desde sempre, mas a montanha, permanece a mesma. Diante dos olhos impassíveis da montanha, moradores preenchem seus dias envolvidos com tradições, costumes, necessidades, banalidades, alegrias e sofrimentos. Escravos, índios, brancos, animais, árvores, plantas, uma infinidade se seres vivos, todos nascendo e morrendo, e a montanha em serena contemplação. Enquanto a trama da vida e dos dias se recria continuamente, algo permanece intocado.
Essa imagem da montanha estável e permanente me faz pensar no yoga, pois embora a vida seja o desenrolar infinito de variadas e incessantes experiências, o yoga é a vivência de estabilidade, de refúgio no Permanente, Naquilo que não passa, que não se perde.  

7 de jan. de 2012

Para um novo ano


Que neste ano nossos passos sejam firmes, que a terra nos acolha e dê apoio;
Que neste ano nossos passos sejam contínuos, que o caminho esteja livre;
Que neste ano nossos passos sejam flexíveis, que os obstáculos sejam superáveis;
Que neste ano nossos passos sejam atentos, que estejamos sempre presentes na jornada;
Que neste ano nossos passos sejam direcionados; que tenhamos um norte a seguir;
Que neste ano nossos passos sejam gentis; que não geremos destruição pelo caminho;
Que neste ano nossos passos sejam férteis, que deixemos frutos pelo caminho;

Que neste ano nossos passos sejam parceiros; que possamos auxiliar a jornada do próximo;
Que neste ano nossos passos sejam de luz; que o rumo seja de Sentido e Vida;
Que neste ano nossos passos sejam o que de fato são,
passos que ficarão pelo caminho,
que não fiquemos apegados a eles e que nossa jornada valha à pena.