3 de out. de 2012

Gandhi, um praticante


                       "Aquele que não é capaz de governar a si mesmo 
                          
                                                          não será capaz de governar os outros"

                                                                                                 Mahatma Gandhi



Gandhi transpôs a barreira de seu tempo e de sua região, e muito dessa força é devido a sua radical opção em buscar coerência. Fez isso de maneira muito simples: vivendo e praticando aquilo que acreditava. Só isso, nada de muito discurso, de muita filosofia, de muito debate. Não que ele não estivesse mergulhado e comprometido com uma visão de mundo, com uma proposta filosófica de como deveria ser o homem e o mundo, muito pelo contrário. Mas Gandhi não foi um professor, doutor ou filósofo, foi um yogui, um praticante, que, por detalhes do seu percurso, envolve-se com questões sociais e políticas. 

Na foto ele está tecendo sua própria roupa, concretizando assim uma idéia que não era para ser discutida, mas realizada. Esse foi um dos muitos gestos que fez e que tiveram grandes repercussões políticas, não só na Índia, mas em outros países também.E Gandhi conseguiu, magistralmente, transformar conceitos filosóficos em gestos concretos no mundo das relaçoes humanas.

Facilmente dizemos para nós mesmos que deveríamos agir desse ou daquele modo, que deveríamos passar a fazer isso ou aquilo, que se o mundo fosse de determinada maneira tudo seria melhor, etc e etc, e assim ficamos apenas dizendo, pensando, discutindo, debatendo, em resumo, ficamos essencialmente apenas protelando a ação efetiva. Essa ação precisa partir de nós mesmos, precisa ser gerada em nosso interior e realizada em nossa vida cotidiana. Se não consigo fazer isso comigo, se não consigo viver o mínimo de coerência entre aquilo que penso, que acredito, que falo e que faço, minha única força será a da simulação, da encenação.

A busca da coerência tem seu preço, por vezes bastante caro, mas é fonte de muita força, que as vezes ultrapassa o tempo e o espaço. Viva Gandhi!

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