"Aquele que não é capaz de governar a si mesmo
não será capaz de governar os outros"
Mahatma Gandhi
Gandhi transpôs a barreira de seu tempo e de sua região, e
muito dessa força é devido a sua radical opção em buscar coerência. Fez isso de
maneira muito simples: vivendo e praticando aquilo que acreditava. Só isso, nada
de muito discurso, de muita filosofia, de muito debate. Não que ele não estivesse
mergulhado e comprometido com uma visão de mundo, com uma proposta filosófica
de como deveria ser o homem e o mundo, muito pelo contrário. Mas Gandhi não foi
um professor, doutor ou filósofo, foi um yogui, um praticante, que, por
detalhes do seu percurso, envolve-se com questões sociais e políticas.
Na foto ele está tecendo sua própria roupa, concretizando assim
uma idéia que não era para ser discutida, mas realizada. Esse foi um dos muitos
gestos que fez e que tiveram grandes repercussões políticas, não só na Índia,
mas em outros países também.E Gandhi conseguiu, magistralmente, transformar conceitos filosóficos em gestos concretos no mundo das relaçoes humanas.
Facilmente dizemos para nós mesmos que deveríamos agir desse
ou daquele modo, que deveríamos passar a fazer isso ou aquilo, que se o mundo
fosse de determinada maneira tudo seria melhor, etc e etc, e assim ficamos apenas
dizendo, pensando, discutindo, debatendo, em resumo, ficamos essencialmente apenas
protelando a ação efetiva. Essa ação precisa partir de nós mesmos, precisa ser
gerada em nosso interior e realizada em nossa vida cotidiana. Se não consigo
fazer isso comigo, se não consigo viver o mínimo de coerência entre aquilo que penso,
que acredito, que falo e que faço, minha única força será a da simulação, da
encenação.
A busca da coerência tem seu preço, por vezes bastante caro,
mas é fonte de muita força, que as vezes ultrapassa o tempo e o espaço. Viva
Gandhi!
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