8 de out. de 2011

O homem também morre pela boca

Escrevi algum tempo atrás sobre o evitar vazamentos na prática do yoga, no caso o vazamento era o da queixa e da reclamação. Outro poderoso vazamento ocorre pela fala. Perdemos energia vital (o prana do yoga) pela fala solta e pela língua descontrolada, e que muitas vezes também é afiada.
A boca é uma porta de entrada e de saída, por ela nos nutrimos e por ela nos enfraquecemos, e se diz até, que por ela também morremos. Morremos ou adoecemos pela alimentação excessiva e inadequada, mas também pelo que saí pela boca na forma de palavras carregadas de intenções. A língua é rápida e poderosa, ela é capaz de criar realidades em segundos quando dá vida para palavras que até então estavam apenas no plano mental. Falar muito agita a mente, levanta muita poeira. Uma mente excitada encontra vazão no falatório desenfreado, e um falatório desenfreado produz agitação nas ondas mentais. A verborréia é ao mesmo tempo, expressão e combustível do turbilhão mental, portanto fechar a boca pode ser uma interferência direta nesse processo. Diminuir ou conter a fala é um recurso simples e profundo do yoga para aquietar a mente.
Experimente passar um período em silêncio total, ou então, falar apenas se tiver algo de bom para acrescentar. Essas simples práticas deixam evidente como vazamos em verborréia, como falamos desnecessariamente, como somos irresponsáveis na fala e na condução de nossos pensamentos. O silêncio nos permite ouvir o ruído interno com nitidez, e assim, podemos aquietar a mente e o coração.  

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