Namastê é uma saudação utilizada nas práticas de yoga, é uma palavra em sânscrito que significa “curvo-me perante a Ti”. Mais do que um cumprimento formal, namastê é uma menção direta da nossa essência, daquilo que é maior que nosso corpo, nossa personalidade, situação social, idade, sexo, ou qualquer outra condição passageira. Namastê se refere ao nosso estado de Ser, saúda nossa identidade última, a mesma que compartilhamos com todos. Namastê é um reconhecimento de que somos irmãos, que apesar da nossa imensa variedade e diversidade, de alguma forma somos iguais. No yoga o maior erro é o esquecer-se dessa identidade essencial, da nossa verdadeira raiz. É bem conhecida a tradução de namastê por “o Deus que há em mim saúda o Deus que há em você”, deixando mais evidente o tom de sagrado dessa saudação.
O filósofo alemão Martim Buber fala de duas atitudes que podemos adotar ao nos relacionarmos: eu-isso ou Eu-Tu. Quando nos vemos como eu menor, considerando, por exemplo, apenas nossa personalidade, acabamos vendo o outro também como menor, como um “isso”, como um objeto a nossa disposição ou como quem nada tem haver conosco. Essa é a relação entre um “eu” e um “isso”. Mas quando vivemos a partir do Eu maior, que está além de identificações parciais, enxergamos no outro uma expressão dessa mesma essência, o mesmo “Eu”, e ele passa a ser um “Tu”, não mais um “isso”. Namastê é uma forma de praticar a relação Eu-Tu, e é também uma lembrança da nossa unidade.
Dizer namastê com essa intenção faz muita diferença e pode abrir em nós um olhar diferente para o outro, talvez com mais respeito e bem menos julgamentos e pré-avaliações.
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