Estou no meu esperado e necessário período de férias. Por
alguns dias ficarei sem agenda, sem horários, sem aquela rotina do consultório
e das aulas do decorrer de todo o ano. Essa mudança é indispensável, pois descansa,
revigora e traz mais energia para o próximo ano. Mas há algo que não cessa no
período das minhas férias, até ao contrário, se intensifica, se aprofunda. Estou
falando do meu contato com o yoga, que envolve a prática, o estudo e as
elaborações sobre. Com mais tempo posso
me dedicar mais, ficar mais atento, mais disponível mais entregue à vivência do
yoga no meu dia-a-dia. Assim, as férias são para mim um período de intenso trabalho
yóguico.
Férias é um período de descanso, de folga para relaxar e
esquecer um pouco dos compromissos. Talvez isso faça muito sentido para os compromissos
sociais, para o trabalho do qual não se goste, para um curso tedioso, para esforços
sem sentido e para muitas outras coisas não muito necessárias do nosso
cotidiano. Mas isso faz sentido para o yoga?
Yoga não é uma atividade externa da qual se pode descansar,
ou da qual se possa manter distância. Yoga é uma atitude interna, uma intenção
de vida, o sustentar de uma proposta de autoconhecimento, lucidez e liberdade
ao longo da vida. Yoga é uma busca pela felicidade. Se em algum momento o
coração é tocado, uma aliança é selada por toda a vida. E diante dessa constatação
me pergunto: É possível tirar férias disso? É possível deixar isso para depois?
É preciso descanso dessa empreitada?
Férias no yoga quer dizer apenas uma coisa: o professor não
estará dando aulas, não haverá temporariamente as práticas formais conduzidas
por ele. Só isso. Por sinal, professor algum é o responsável pela prática do
aluno, apenas ele, o aluno, é. Todo praticante é o único responsável pela aplicação
e condução do yoga na sua vida.
Férias do yoga me faz pensar no caso do Fulano. Ele viveu por
muitos anos doente, com limitações, dores, tomando remédios, fazendo tratamentos
e tendo demais complicações. Com suada intenção, dedicação e compromisso conquistou
um estado saudável, vivenciando bem estar, potência, prazer, lucidez e
tranquilidade. Será que um dia ele se lamentaria da mudança? Ficaria cansado do
que conquistou e precisaria tirar férias?
Yoga: uma jornada sem férias e sem fim
Yoga: uma jornada sem férias e sem fim
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