15 de nov. de 2012

Cenas do espírito humano



"Baraka" é um filme experimental de 1992 que costura belas e fortes cenas, e música, da natureza e da nossa complexa cultura humana. Apenas cenas e música de fundo, sem falas, sem uma sequencia lógica. 
Mas o que um filme assim pode dizer e despertar?
A experiência de parar e assisti-lo já é interessante. Sem pretensões de seguir uma linha de raciocínio, de chegar a um fim, apenas entregando-se e observando o fluxo das imagens e dos sons. Apenas contemplando e nada mais, pode-se chegar à um estado mental muito interessante e próximo da meditação. 
O filme mostra curiosas personagens, e suas façanhas, e expõe nossa conflituosa experiencia humana, que oscila entre a dor e o prazer, entre o novo e a tradição, entre a natureza e a cultura, entre o sagrado e o profano. Mas, principalmente, "Baraka" (que significa benção) contorna uma presença que permeia a humanidade a milênios, revela a busca e a vivência daquilo que pode dar significado à nossa existência, e daquilo que pode ocorrer na falta disso. 
Ainda me lembro do impacto que tive na primeira vez que o assisti, há vinte anos, e das duas cenas que mais me tocaram: o semblante sereno do monge, ou monja, zen budista (não saber se homem ou mulher é mais fascinante ainda) e do monge que caminha em meditação, no ritmo de um sino, por uma movimentada e apressada rua. 

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