Uma semana depois de estar vestido de radiante amarelo
o mesmo ipê mostra-se agora totalmente despido, sem nenhuma glória.
Algum problema? Alguma perda? Algum lamento?
Mais do que em suas belas flores amarelas
a beleza do ipê repousa em ser uma árvore.
Árvores sabem das estações, das folhas que caem e que renascem,
das flores e das sementes, das chuvas e das secas.
Árvores sabem que, mesmo quando nuas, a vida pulsa nas raízes profundas.
Árvores não se apegam a primavera, e muito menos fogem do outono.
Exalam flores, frutos e folhas que todo ano doam ao chão.
Uma árvore É, e repousa nisso, para além do que vem e do que vai.
Uma árvore é bela, sempre, mesmo quando já seca e nua,
sustenta de pé a própria morte.
Marcos, conheci seu blog hoje. Estava lendo os seus posts e me deparei com este, em especial. Você vai se surpreender: esta casa era dos meus pais, o ipê foi plantado há uns 35 anos e minha mãe esperava ansiosamente a sua florada, pois meu pai fazia aniversário em 20 de agosto e ela dizia que era um presente dos céus para ele. Até hoje eu considero essas flores uma bênção da natureza para eles, seja em que dimensão estiverem. Hoje a casa tem outro dono, mas estou pensando em pedir a ele que conserve a árvore, em nome dessa memória e por causa de pessoas como você, que se emocionam com a beleza da natureza. Namastê, Yara
ResponderExcluirOlá Yara, que feliz coincidência essa! Me emociona saber que nossas vidas se cruzam de alguma forma. Quanta histórias e sentimentos pulsando em torno dessa bela arvore!
ExcluirObrigado por compartilhar.
Namastê