Na postagem anterior (“Falando e calando, psicologia e
yoga”) escrevi sobre o lugar da fala no yoga e na psicoterapia. Gostaria agora
de compartilhar uma experiência que venho tendo há quase um ano, e que, de
alguma forma, articula um pouco esses dois caminhos de auto conhecimento transformação
pessoal.
Desde maio de 2012 tenho organizado encontros mensais de
meditação. Minha idéia inicial foi a de abrir a prática para qualquer
interessado, e ao mesmo tempo, ter um grupo para meditar junto e poder trocar
afinidades. Nesses encontros tenho tido contato com muitas pessoas que nunca meditaram
e nem praticaram yoga, e isso tem sido bastante gratificante para mim, assim
como o é o contato com aqueles que estão aperfeiçoando a prática que já tinham.
O encontro é gratuito e não é preciso nenhum pré-requisito para participar. O
grupo é formado, na sua maior parte, por participantes assíduos com uma parcela
menor de participantes eventuais. Até agora tenho escolhido uma técnica
diferente para cada encontro (já ocorreram 10), mas em breve pretendo fixar
algumas e ir intercalando-as. O encontro se organiza da seguinte forma: faço uma
breve explanação do que é a meditação e sobre a técnica sugerida, a seguir
meditamos e depois abro espaço para comentários sobre o como foi a experiência pessoal
daquela meditação.
E é este momento final que tem reservado agradáveis
surpresas para mim. No início perguntava como havia sido a meditação mais para
checar se tudo havia ocorrido bem, se havia alguma dúvida, ou coisa parecida.
Talvez fosse mesmo mais um hábito de psicólogo, mas fato é que, no decorrer dos
encontros foram surgindo temas e experiências bem interessantes nesses
comentários finais. Através dos relatos de experiências foi possível elaborar
com o grupo vários aspectos específicos da prática da meditação, tais como
alguns detalhes sobre o como meditar e suas variações, mas principalmente, foram
nesses momentos que vieram à tona temas relacionados à vida, ao amadurecer, ao
enfrentar dificuldades, à felicidade, ao sofrimento, etc. Em um dos últimos
encontros, onde a meditação foi orientada a partir do sorrir, o tema que
emergiu no grupo foi a morte, e para mim foi forte, e inusitado, poder falar, e
ao mesmo tempo sentir, sobre aspectos tão diferentes da vida: a leveza e a facilidade
do sorriso e a intensidade, a dor e o mistério da morte.
A meditação acontece no silêncio de cada praticante, pois como
se diz, é uma experiência da pele para dentro, mas ao compartilhar e relatar
esse momento privado o praticante pode digerir melhor alguns conteúdos, pode
elaborar melhor a sua prática e seu amadurecimento, e pode ainda, contribuir
para o grupo e para o caminho do outro, fortalecendo aquilo que no yoga chama-se
sangha, a força do grupo daqueles que
buscam.
Para saber mais sobre os encontros de meditação acesse: http://meditacaotaubate.blogspot.com.br/